Contador de Visitas da Escola Otavio B. Arantes

sábado, 27 de março de 2010

Poema de Vinicius de Moraes


Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado


Tantas retaliações, tanto perigo


Eis que ressurge noutro o velho amigo


Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado

Com olhos que contêm o olhar antigo

Sempre comigo um pouco atribulado

E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano


Sabendo se mover e comover


E a disfarçar com o meu próprio engano.


O amigo: um ser que a vida não explica

Que só se vai ao ver outro nascer

E o espelho de minha alma multiplica...



Vinicius de Moraes